Plantas das Casas de Povos
[Anónimo: [Pedro Nunes Tinoco?]. S.d.: ca 1638
Biblioteca da Ajuda. Iconografia, Des. 54-X-29, 225 e Des. 54-X-29, 225v
Legenda
Piso nobre –quintal – 2 do Sr. – camara – de lavor – guarda roupa – toucador – antecâmara – sala – varanda – pátio principal
Rua que vai para a fonte grande
Piso térreo –quintal – cozinha – pátio principal –estrebarias que estão destelhadas - lagar
Nota:
Constitui uma rara planta de uma casa nobre do século XVII com a indicação da nomenclatura dos espaços interiores. De salientar, a estrutura de espaços interiores assinala junto da camara de dormir uma “casa de lavor” e um “toucador”, compartimentos que vemos serem divulgados no século XVIII e que aqui surgem como marca de modernidade.
Sem assinatura e data, no verso da planta encontra-se a designação de: “Casas de Povos”. Dado que os Ataide, condes da Castanheira, eram também senhores de Povos e Cheleiros, este facto permite-nos integrar esta planta num conjunto de outras plantas de casas e edifícios religiosos pertencentes aos bens do 5 º conde da Castanheira.
Em clara sintonia com a Quinta da Foz, a Quinta de Santo António e a Quinta do Conde em Colares estas plantas constituem levantamentos preparatórios para a remodelação destas grandes casas pertencentes a D. António de Atayde, 5º conde da Castanheira que já idoso herda de seu sobrinho 4º conde da Castanheiro um vastíssimo património arquitectónico construído, sobretudo, por seu avõ 1º conde da Castanheira.
Pensamos ter sido na condição de Governador de Portugal que o 5º Conde da Castanheira, terá encomendado ao arquitecto das obras Reais, João Nunes Tinoco, e daí, mais tarde este conjunto de plantas terem ficado na documentação da Casa Real.
Bibliografia:
Luzio, Luisa Franco, “D. António de Ataíde, 1º conde da castanheira e o patrocínio de arquitectura ao romano na primeira metade do século XVI” in D. João III e o Império, Actas. Lisboa, CHAM/CEPCEP, 2004, pp.1011-1046.
Observações
Coordenação e Texto: Helder Carita, 2019