Planta das Casas de Enxobregas
[Anónimo: [Pedro Nunes Tinoco?]. S.d.: ca 1638
Biblioteca da Ajuda. Iconografia, Des. 54-X-29, 225 e Des. 54-X-29, 225v
Legenda: da esquerda para a direita, de cima para baixo
Rua do Cais –Pª a Srª D. Mª (?) – Casa de Lavor e Caixois – Camara, Alcoba, pª antecâmara – 2ª antecâmara – eirado, celeiro, pátio da Cozinha, patim, Saleta com vistas altas – guarda-roupa – saleta das Srª, Sala, Zagão, Jardim, Pombal – forno – Cozinha – hermida, Pátio.
Nota:
Designada na planta como Casas de Enxobregas é esta a identificação que aparece na documentação referindo-se à casa de Tristão da Cunha, e dos seus descendentes, Nuno da Cunha e seu neto Pedro da Cunha. De uma análise atenta da planta podemos concluir tratar-se do actual Palácio de Xabregas. Na realidade e apesar das transformações ocorridas nas grandes obras efectuadas nos inícios do séc. XVIII, a estrutura distributiva e a implantação no terreno permanecem de forma muito clara. Da implantação no terreno podemos reconhecer o pátio situado nas traseiras com um acesso lateral descendo para a zona do “caes”. Na estrutura interior encontra-se a primeira antecâmara que, de grandes proporções, corre perpendicular à fachada mantendo, ainda hoje, as suas características e relações espaciais.
Dadas as afinidades do desenho e da grafia com a planta da Quinta de Santo António da Castanheira que se encontra datada de 1638 e igualmente da Biblioteca da Ajuda, pensamos tratar-se da casa no período anterior à Restauração quando o edifício se encontrava na posse de Pedro da Cunha. O palácio ficará, ainda para a história, por ter sido um dos lugares de encontro dos conjurados de 1640.
Bibliografia:
Arruda, Luisa “O Legado de Tristão da Cunha às grandes Obras do século XVIII Revista Claro Escuro, nº 6/7, 1991, pp. 151-161.
Autoria
Helder Carita
Tiago Antunes