Nota:
A planta enviada para Lisboa no período Pombalino corresponde a uma proposta de adaptação do Palácio da Pólvora a hospital.
Segundo uma antiga lápide este palácio foi construído durante o reinado de D. Francisco da Gama, entre 1597 e 1600, e terminado pelo conde de linhares D. Miguel de Noronha em 1630. Embora, inicialmente tenha sido construído para habitação de recreio dos vice-reis, em 1695, na sequência do declínio da cidade de Goa, o conde de Vila Verde fixa aqui a sua residência permanente.
Durante séculos o edifício constituiu pela sua arquitectura e implantação nas margens do Mandovi um elemento emblemático da imagem da cidade de Goa.
Correspondendo a uma proposta de transformação deste antigo palácio dos vice-reis da Índia, em hospital, o desenho apresenta a totalidade da antiga estrutura do palácio e as funções dos diferentes compartimentos. Acusando uma certa aproximação aos programas dos palácios reais, a estrutura interior do piso nobre exibe, na sequência da entrada, um grande espaço referido como Sala dos Guardas, seguindo-se um segundo compartimento denominado por “Sala de Officiais”. Digno de nota são as duas salas de docel que permitiam a realização de audiências separadas não só para o vice-rei como para a sua mulher.
Bibliografia:
Carita, Helder, Palácios de Goa Modelos e tipologias de Arquitectura Civil Indo-Portuguesa, Lisboa, Ed.Quetzal, 1996, pp.28-29.
Saldanha, Padre Gabriel de, História de Goa, Vol. II, Parte III, Nova Goa, Ed. Livraria Coelho, 1926, pp.172.
Documentação Ultramarina Portuguesa…, India Portuguesa no Século XVIII, Lisboa, Centro de Estudos Históricos Ultramarinos, vol. V, 1967, pp.525-526.