Nota
Embora sem data, a assinatura de Lourenço da Cunha d’Eça permite-nos situar esta planta entre os finais do século XVIII e inícios do século XIX. Propriedade dos Condes da Calheta, esta quinta também foi também conhecida por Quinta do Meio, fazendo parte das várias quintas que D. joão V comprou na zona de Belém. Neste conjunto esta quinta articulava-se com a de Baixo, actual Palácio de Belém e a de Cima, Quinta dos Condes de Óbidos, mais tarde Palácio da Ajuda. Sem funções muito específicas esta quinta foi usado para diversos serviços da casa real observando-se, neste período dos finais do século XVIII,que as zonas menos nobres eram ocupadas com “cazas em que assistem varios criados de sua magestade”. Nestas funções de apoio à casa real parece surgir a designação de Palacio do Páteo ads vacas e as vacarias que abriam para o pátio.
Neste período dos finais do século XVIII o edifício ainda era estruturado numa planta em U, com um pátio de recebimento característico do século XVII. Pela planta podemos verificar que o grande lago espelho de água situado junto da fachada sul era ladeado, na altura, com uma gaiola referida como “gaiola para o elefante” estrutura que desapareceu com as várias obras que o edifício doi sofrendo.
Fig. 1 Pátio de recebimento do Palácio in Ilustração Portuguesa, 2ª série, Maio de 1906.
Fig. 2 Vista do Palácio com o desaparecido grande portal de entrada. Arquivo Municipal de Lisboa, CML, Foto Eduardo Portugal, 1939
Bibliografia
Araújo, Norberto de, Inventário de Lisboa, Palácios de Lisboa, Lisboa, CML, Fascículo IV, 1946, pp. 21-23.
Carita. Helder, A Casa Senhorial em Portugal modelos, Tipologias, Programas Interiores e Equipamento, Lisboa, Leya, 2015. Pp.168-169.