Planta e alçado da rotunda e casas do Marques de Pombal na R. Formosa e Calçada dos Caetanos. Desenho aguarelado. Assinatura:Conde de Oeyras (canto superior esquerdo). Dimensões: 320 X 400. Arquivo do Ministério das Obras Públicas Transportes e Comunicações. D17B
Fachada à antiga calçada dos Caetanos, em Lisboa. Desenho a tinta-da-china, com aguada. Assinatura do Marquês de Pombal, a 12 de Janeiro de 1772, no canto superior esquerdo. Dimensões: 322 X 400 mm. AHMH e Obras Publicas
Prospecto das casas do Ill mo e Ex,mo Sr. Marques de Pombal na calçada dos Caetanos na frente que fazem para a parte norte. Rubrica: Marques de Pombal, 12 de Janº de 1772. BAHOP, D. 73A - D.0027
Plantas do piso nobre das casas que se hande fazer no extremo da Calçado da Rua da Formoza. Marquês de Pombal, 12 de Janeiro 1772.
Legenda dos compartimentos do piso nobre Patteo - Caza de Jantar -escadas que dão uso aos mais pavimentos - Salla vaga - 1ª salla - Camara - Caza do Toucador - Camara - Dispensa - Corredor - escadas que dão uso pª a Rua formosa. BAHOP, Lisboa.
Palacete Pombalino da rua Formoza
Plantas do piso térreo e piso nobre das casas que se hande fazer no extremo da Calçado da Rua da Formoza.
Marquês de Pombal, 12 de Janeiro 1772.
Legenda piso nobre
Patteo - Caza de Jantar -Escadas que dão uso aos mais pavimentos - Salla vaga - 1ª salla - Camara - Caza do Toucador - Camara - Dispensa - Corredor - Escadas que dão uso para a Rua Formosa.
Legenda piso térreo
Pateo, Palheiro, Cavalharice, Transito, Caza para sevada, Armazém pª Fazenda, Loge ou Entrada principal deste edifficio, Caza pª moços.
Nota
Na antiga Calçada dos Caetanos, mas com fachada principal para a Rua do Século, (antiga rua Formoza) este projecto, sendo constituído de forma rara com dois alçados e duas plantas permite-nos confirmar a função de habitação unifamiliar integrável, por outro lado, numa precoce tipologia de palacete.
Voltado a norte e dispondo de um lote reduzido, o edifício é concebido em altura, com a fachada principal voltada sobre a Rua do Século, com quatro pisos, sendo o piso nobre salientado por friso ligando cinco janelas de sacada com molduras recortadas. Conferindo um certa axialidade e unidade ao desenho, o piso térreo é marcado por grande portal, ao centro, ladeado simetricamente por janelas de peito. Pela planta podemos confirmar as funções do piso térreo, onde a entrada nobre se articula com cocheira, cavalariça, palheiro, armazém e casa de moços. A referência explícita na legenda a um compartimento, logo junto da entrada, para “armazem de fazenda”, confirma-nos a vocação burguesa e comercial da casa. O alçado sobre a calçada dos Caetanos apresenta um esquema mais geométrico e repetitivo. O piso nobre revela uma racional e inteligente distribuição interior acusando cada espaço uma função explícita com luz natural e a casa de jantar apoiada directamente pela cozinha e dispensa.
Verificamos que na planta do primeiro piso, a legenda assinala: “Planta do pavimento nobre das casas”, evidenciando, mais uma vez, a vocação do projecto para habitação de prestígio da alta burguesia.
Bibliografia
Carita, Helder “O Palácio Ramalhete, nas Janelas Verdes: uma tipologia de palacete pombalino” in A Casa Senhorial em Lisboa e Rio de Janeiro: Anatomia de Interiores, Lisboa, IHA/EBA, 2014, pp. 190-207
Moita, Irisalva, Lisboa e o Marquês de Pombal. Catálogo, vol. 2, Lisboa, CML, 1982, p.225-228