Nota:
A par dos leilões do Marquês da Foz e do Conde de Burnay, o leilão da colecção de João Arroyo tem particular importância dado ter tido também um catálogo editado em 1905, onde são reproduzidos os interiores da casa. Situada no nº2 da rua de Santo António dos Capuchos a casa não apresenta a grandeza e monumentalidade dos palácios Foz ou Burnay. As diversas fotografias dos interiores dão-nos acesso à casa de um burguês rico e culto permanecendo os interiores numa escala de um palacete urbano.
A leitura do catálogo dá-nos conta do gosto particular de João Marcelino Arroyo e de sua mulher, Maria Teresa Pinto de Magalhães, dando-nos a conhecer o gosto e opções estéticas de um coleccionador marcante no final da monarquia. O leilão realizou-se em Lisboa, a 26 de Novembro de 1905, com mil e sete lotes, alguns com dezenas de peças. Através das diferentes salas da casa são apresentados os lotes das mais variadas áreas das artes decorativas, porcelanas de várias origens, companhia das Índias, bronzes japoneses, mobiliário português, indo-português e mobiliário estrangeiro, pintura, lustres, candeeiros, têxteis, tapeçarias, tapetes, um cravo, um piano, leques, ourivesaria, pratas e uma liteira.
Bibliografia:
LEMOS, Teresa do Vale de Sande e, O leilão da colecção Arroyo e o mercado de arte em Portugal no final da monarquia. (tese de Mestrado faculdade de Letras, Universidade de Lisboa
DIAS, Carlos Malheiro,2Habitações artísticas; a casa do Srº Conselheiro João Arroyo” in Ilustração Portuguesa, 20 de Novembro de 1905, Lisboa, pp.870-871