Gustav Waehneldt [Karl Friederich Gustave Waehneldt]. Nascido na Prússia, a 30 de agosto de 1830, veio para o Brasil em 1852, em companhia dos irmãos Berthold, Rudolf e Charlotte. No país, Gustav casou-se com Emilie Riedel, com quem teve três filhos; ele retornaria com a família para Alemanha em 1870, já com problemas de saúde, vindo a falecer em 1873.

Ele foi um dos concorrentes do Concurso para o Teatro Lírico, lançado em 1857, do qual participaram 28 projetos, tendo sido declarado vencedor em 1859; contudo, a obra não foi realizada. Ele desenvolveu o projeto da sede da Estrada de Ferro Central do Brasil, dirigida por Christiano Benedicto Ottoni. O edifício de linhas horizontais, com torreões laterais e vãos em arcadas, inaugurado em 1858, e já demolido.

Sua atuação profissional é assinalada no Almanaque Laemmert de 1860 a 1868. Seu primeiro endereço profissional é na rua do Rosário 94, 2º andar, tendo se mudado para o Catete, no Largo do Valdetaro e na rua do Príncipe 24ª, e finalmente na rua Santa Cristina 37, a partir de 1864.

Atuou como arquiteto de Antônio Clemente Pinto (1795 – 1869), barão de Nova Friburgo a partir de 1854, e com grandezas, a partir de 1860, rico proprietário de 15 fazendas de café. Além do palácio do barão, o futuro Palácio do Catete, cujas obras se desenvolveram de 1858 a 1867, ele foi responsável pela construção do Chalet do Parque São Clemente e o Palácio Gavião, em Cantagalo, entre outros projetos.

O retrato dos barões de Nova Friburgo, de Emil Bauch, traz alguns dos projetos do arquiteto: a maquete do Palácio, uma vista do Solar do Gavião, uma pasta com a planta do Palácio e um quadro mostrando o Chalet, em Nova Friburgo.

O arquiteto participou da Exposição Geral de 1862 da Academia de Belas Artes com 16 pranchas de seus projetos e desenhos de arquitetura para o barão, dentre eles, além do palácio, a chácara em Nova Friburgo, o Palácio Gavião e a Estação terminal para estrada de ferro D. Pedro II. Ele receberia medalha de prata pelo conjunto da obra. A relação das pranchas é a seguinte:

80 – Primeiro projeto para a obra do largo do Valderato e restauração do edifico velho; 81 – Segundo projeto; 82 – Terceiro projeto (em execução); 83 – Quarto projeto (aumento da frente no largo do Valderato); 84 – Desenho do soalho do vestíbulo da mesma obra (mosaico); 85 – Desenho da claraboia de vidros pintados, da mesma obra; 86 – Portas internas da mesma obra; 87 – Plano do mausoléu em Nova Friburgo; 88 – Plano da chácara de Nova Friburgo; 89 – Planta fundamental do Palácio do Gavião em construção perto de Cantagalo; 90 – Fotografia representando o estado atual da obra do Largo do Valderato; 91 – Fotografia representando um portão de jardim da mesma obra; 92 – Projeto de uma casa de oração dos protestantes em Petrópolis; 93 – Esboço para uma estação terminal da Estrada de Ferro D. Pedro II; 94 – Projeto de uma nova Estação Imperial da Estrada de Ferro de D. Pedro II, na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão; 95 – Plano de uma casa de campo em Petrópolis. (MELLO Jr., p. 56).

Em 1864, na 16ª Exposição Geral de Belas Artes, ele expôs outras quatro pranchas.93,  94, 95 – Zimbório projetado pelo aturo para a Igreja da Candelária; 96-97 – Alguns detalhes e decorações internas na casa do largo do Valderato. (MELLO Jr., p. 56),

Depois de participar de comissão para avaliação de projeto original do zimbório da Igreja da Candelária, proposto por Jó Justino de Almeida, Waehneldt assumiu, em 1865, o projeto, com o qual envolveria até 1868, quando pediu demissão por questões de saúde, tendo sido substituído pelo arquiteto Bethencourt da Silva.

FOLLY, Luiz Fernando Dutra et al. Barão de Nova Friburgo: impressões, feitos e encontros. Rio de Janeiro: UFRJ/EBA, 2010.
MELLO Jr, Donato. Gustav Waehneldt, o arquiteto. Arquitetura Revista FAU/UFRJ, v. 8, 1990. p.54-62.

Pesquisa e edição: Ana Pessoa *FCRB) e Ana Lucia Vieira dos Santos (EAU/UFF), 2017