Planta da Real Barraca
Tinta da china e aguadas, 131x72,5 cm
Biblioteca Nacional de Portugal, Iconografia, D. 28 R
Pormenor com a Legenda da Planta da Real Barraca
Legenda remissiva numérica com ortografia actualizada 1. Sala dos Archeiros; 2.Quarto do Sereníssimo Senhor Infante D. Pedro; 3. Quarto d’El-Rei N.S.; 4. Quarto da Rainha N.S.; 5. Quarto da Princesa; 6. Quarto das Senhoras Infantas; 7. Quarto do Príncipe e do Senhor Infante que está no seu; 8. Sala do Porteiro da Cana; 9. Sala dos Viadores; 10. Salas do Donzel d’El-Rei N.S.; 11. Sala do Donzel da Rainha N.S.; 12. Salas do Donzel da Princesa; 13. Sala de passagem para a Sala do Donzel da Princesa; 14.Oratório; 15. Tribuna; 16. Sala da Mesa de Estado; 17. Camaristas; 18. Viadores; 19.Estêvão Pinto; 20. Tapeçaria; 21. Adro da Capela; 22. Igreja da Capela; 23. Livraria; 24.Tesouro; 25. Casa da Cera; 26. Quartos de Porteiros da Cana, Reposteiros, Varredores; 27. Conselho de Estado; 28. Confessor d’El-Rei N. S.; 29. Confessor da Rainha N. S.; 30. Confessor da Princesa; 31. Pedro José Porteiro da Camara; 32. Guarda-roupa d’El-rei N. S.; 33. Domingos Carvalho; 34. Guarda-roupa do serviço do Senhor Infante D. Pedro; 35. Cirurgiões da Camara; 36. Médicos da Camara; 37. Sargento-Mor Francisco [Fernando?] da Cunha; 38. Casa do Porteiro das Damas; 39. Portaria das damas; 40. Portaria Alta; 41. Quarto da Camareira-Mor; 42. Casas para a Marquesa aia que se não fizeram; 43.Casa da Espera da Rainha N. S.; 44. Casa da Música; 45. Guarda-roupas da Rainha N.S. e Princesa com pavimento superior; 46. Guarda-roupas das Senhoras; 47. Guarda-roupas da Princesa; 48. Camareira-mor; 49. Quartos das criadas; 50. Cozinhas; 51. Cozinhas novas; 52. Quarto das damas com pavimento superior; 53. Jardim das Senhoras .
Legendas dispersas na própria planta Pátio [vários]; Pátio que pertence ao Paço Velho; Casinha das Senhoras; Transito da Portaria Particular; Corpo da Guarda; [anotação de difícil leitura junto ao n.o 52]
Nota
Construída na sequência do terramoto de 1755 e designada por Real Barraca, o seu nome deve-se à sua estrutura em madeira anti-sísmica com que foi dotada. Segundo Cyrillo V. Machado, o traçado geral deste vasto edíficio incluindo a respectiva Capela Real, ficou a dever-se a J. C. Bibiena,(1717-1760). O edifício teve, no entanto, uma vida efémera e fui completamente destruído por um incêndio no ano de 1794. A planta apresenta um interessante aspecto pelo facto de ser acompanhada com uma legenda muito detalhada de todos os compartimentos interiores, fornecendo um panorama da complexa organização interior de um paço real. Vemos assim os formarem-se os vários aposentos destinados ao rei, à rainha e infantes articulados por sua vez com uma grande diversidade de salas de recepção. Aos aposentos régios seguem-se os aposentos para altos funcionários régios.
Pela análise desta planta poderá concluir-se que o edifício teria um único piso ligeiramente sobrelevado, sobretudo do lado Poente, para compensar desníveis: algumas das escadas existentes poderiam, também, constituir acessos ao sótão da cobertura.
Bibliografia
Abecassis, Maria Isabel Braga, A Real Barraca... Lisboa, Tribuna da História, 2009.
Carvalho, A. Aires de, Catálogo da Colecção de Desenhos. Lisboa, BN de Portugal, 1977, n. 631.
Machado, Cirilo Volkmar, Collecção de Memórias Relativas à Vida de Pintores.., Coimbra, Imprensa da Universidade,. 1922, p. 151