Album do Interiores Palácio das Laranjeiras /Condes de Farrobo
Interiores do Palácio das Laranjeiras /Condes de Farrobo
Estúdio Mário Novais: c. 1940.
Biblioteca de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian
Nota:
O Palácio Condes de Farrobo, mais conhecido por palácio das Laranjeiras, está edificado na Quinta com o mesmo nome, onde em 1905 se instalou o Jardim Zoológico. É uma construção seiscentista, restaurada e transformada na primeira metade do século XIX.
Inicialmente denominada Quinta de Santo António, a propriedade pertenceu no final do século XVII a Manuel da Silva Colaço, passando em 1760 para a posse de Luís Garcia Bívar e, posteriormente, para Fransisco Azevedo Coutinho. Este último adquiriu-a ao Desembargador Luís Rebelo Quintela em 1779, por 24 contos, e em 1802 o seu sobrinho Joaquim Pedro Quintela, quatro anos mais tarde 1º Barão de Quintela, herdou-a.
A edificação do palácio, tendo como fim a substituição das decrépitas casas existentes e a reconstrução segundo a traça do Congregado do Oratório, esteve a cargo do Padre Bartolomeu Quintela, tio do 1º Barão. Contudo, foi o 2º Barão de Quintela, 1º conde de Farrobo -que muito novo entrara na posse da enorme fortuna de seu pai e na administração do morgado de Farrobo- quem promoveu, no palácio das Laranjeiras, os melhoramentos e embelezamentos que pelo fausto e bom gosto, deram brado em Lisboa, durante a primeira metade do século XIX.
No último quartel do século XIX, o palácio, cujo brilho iluminara a época e deslumbrara os contemporâneos, foi a leilão, tendo sido adquirido em 1874 por um fidalgo espanhol, duque de Abrantes e Liñares, que o mandou novamente restaurar. A morte poupou Farrobo desta afronta.
A 11 de Abril de 1877, o comendador José Pereira Soares comprou palácio, tendo adquirido também as Quintas contíguas das Águas Boas e dos Barbacenas.
Em 1903 foi a vez do conde de Burnay comprar o conjunto das quintas e do palácio, cedendo, em 1905, os jardins da primitiva Quinta das Laranjeiras e Águas Boas ao Jardim Zoológico que, até então, ocupava um local no Parque da Palhavã. Os restantes espaços ficaram na posse da sua família até 1940, ano em que, para efeito de partilhas se procedeu à venda dos mesmos, tendo o palácio das Laranjeiras sido adquirido pelo Ministério das Colónias, para aí instalar o museu da Marinha.
Actualmente, o palácio acolhe o Ministério da Ciência Tecnologia e Ensino Superior.
Bibliografia:
ARAÚJO, Norberto de – Inventário de Lisboa, fasc. 4, Lisboa, 1946.