Nota:
Ao fundo recorta-se em pormenor uma interessante quinta de recreio formada de vários volumes coroados por altos telhados de quatro águas muito inclinados. Duas fachadas articulam-se com espaços exteriores cercados por altos muros numa clara tradição portuguesa do pátio de recebimento que recua aos séculos XVI e XVII.
A pintura faz parte de uma colecção de figuras típicas de Goa que são representadas com zonas de Goa e dos seus arredores como fundo adquirindo, assim, um excepcional valor iconográfico para o estudo da arquitectura goesa. A atribuição decorre da existência de um conjunto de gravuras com aspectos de Bombaim e dos seus arredores datadas e assinadas pelo artista goês José Maria Gonsalves onde o tratamento estético das figuras é muito idêntico. Acresce ainda que estas gravuras são, como em Goa, das mais antigas representações da cidade o que confere a este artista goês uma particular importância. Dada a sua importância, este conjunto de telas estiveram em expostas na Exposição Encontro de Culturas, Oito séculos de Missionação Portuguesa organizada pela Conferência Episcopal Portuguesa em Lisboa, Mosteiro de São vicente de Fora, 1994. (Catálogo da Exposição, pp.225-226). As telas foram igualmente expostas em Paris, na Sorbonne na Exposição Vasco da Gama e a Índia, organizada pela Fundação Calouste Gulbenkian em Maio de 1998 e reproduzidas no Catálogo da Exposição, pp. 170-173).
Bibliografia
Carita, Helder, Palácios de Goa Modelos e tipologias de Arquitectura Civil Indo-Portuguesa, Lisboa, Ed.Quetzal, 1996, ppp.22-25
---------- “José Maria Gonsalves (1800-1840)” in Turn of the Sea Art from the Eastern Trade Routes, Londres, Jorge welch- research & Publishing, 2017
Vasco da Gama e a India. ( Catálogo da Exposição), Paris, 1998, Fundação Calouste Gulbenkian, p.171