Título
Nota
Para a história dos interiores em Portugal esta aguarela é um interessante documento sobre as lógicas de apropriação do espaço interior no romantismo.
Tendo sido paço real no século XVI durante os reinados de D. Manuel I, D. João II e D. Sebastião, o palácio passou no século XVII para o ramo dos Lancastre Mestres da Ordem de Aviz, mais tarde condes de Vila Nova de Portimão e Marqueses de Abrantes. Tendo a família entrado em ruína o palácio entra em regime de aluguer no século XIX.
De gosto neoclássico, os magníficos tectos do Palácio de Santos, são obra de Pedro Alexandrino, coadjuvado por Francisco Pães, entre os anos de 1804 e 1805. Se Pedro Alexandrino se ocupa das pinturas de temas mitológicos, a documentação da Casa de Abrantes, hoje no Arquivo da Torre de Tombo, regista um conjunto de pagamentos a pintores de ornato onde encontramos André Monteiro a pintar em parceria com outros artistas menos conhecidos: Pedro António, André José, João Tomás e Eusébio Lopes.
Em 1870 após a morte do 8º. Marquez de Abrantes parte do palácio foi alugado ao Conde Armand, Ministro de França em Lisboa, que instalou aqui a delegação consular Francesa. A restante parte do palácio ficou ainda habitada pelo IX Marquez de Abrantes. Hoje o palácio é sede da representação consular Francesa em Portugal.
Bibliografia
CARITA, Helder, Le Palais de Santos, Lisboa, Editions Chandeigne7Quetzal, 1995
SAMOYAULT, Jean-Pierre, Le Palais de Santos, Paris, Editions Internationales du Patrimoine, 2011.