Nota
Para a história dos interiores em Portugal esta aguarela é um caso raríssimo de uma representação de um interior doméstico na primeira metade do século XIX. A aguarela representa o interior do palácio no período Amélia de Beauharnais, viúva do imperador D. Pedro I do Brasil alugou o palácio de 1841 a 1849.
Tendo sido paço real no século XVI durante os reinados de D. Manuel I, D. João II e D. Sebastião, o palácio passou no século XVII para o ramo dos Lancastre, Mestres da Ordem de Aviz, mais tarde condes de Vila Nova de Portimão e Marqueses de Abrantes. Tendo a família entrado em ruína o palácio entra em regime de aluguer no século XIX.
De gosto neo-clássico, os magníficos tectos do Palácio de Santos, são obra de Pedro Alexandrino , coadjuvado por Francisco Pães, entre os anos de 1804 e 1805. Se Pedro Alexandrino se ocupa das pinturas de temas mitológicos, a documentação da Casa de Abrantes, hoje no Arquivo da Torre de Tombo, regista um conjunto de pagamentos a pintores de ornato onde encontramos André Monteiro a pintar em parceria com outros artistas menos conhecidos: Pedro António, André José, João Tomás e Eusébio Lopes.
Em 1870 após a morte do 8º. Marquez de Abrantes parte do palácio foi alugado ao Conde Armand, Ministro de França em Lisboa que instalou aqui a delegação consular Francesa. A restante parte do palácio ficou ainda habitada pelo IX Marquez de Abrantes- Hoje o palácio é sede da representação consular Francesa em Portugal.
Bibliografia
Carita, Helder, Le Palais de Santos, Lisboa, Editions Chandeigne7Quetzal, 1995
Samoyault, Jean-Pierre, Le Palais de Santos, Paris, Editions Internationales du Patrimoine, 2011